sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dia 19 morreu nos EUA, o rapper Guru (Keith Elam), do Gangstarr -





Guru considerado uma das referências do aparecimento do hip hop, incorporando jazz e rap na sua sonoridade, presente nos álbuns "Version 7.0: The Streets Scriptures" (2005) e "Guru 8.0: Lost and found" (2009), ficou famoso por suas letras intelectuais. Ele estava com 43 anos e sofria com uma batalha contra um cancêr. Estava em coma há aproximadamente um mês e na noite do dia 19 de abril sofreu uma parada cardíaca. Guru integrou em meados dos anos 1980 o duo de hip hop Gang Starr com o DJ Premier e assinou a série de álbuns "Jazzmatazz" desde 1993 até 2007 com a participação de vários músicos.
Isaac Hayes, Chaka Kahn, Branford Marsalis, Erykah Badu e Jamiroquai são alguns dos artistas com que Guru trabalhou. Com o músico Solar fundou a editora 7 Grand Records.

O nome Guru veio das iniciais da expressão Gifted Unlimited Rhymes Universal (Abençoadas Rimas Universais sem Limites), que ele adotou no início da carreira

Nos anos 1990, com o projeto Jazzmatazz, ele preconizou um amálgama de diferentes gêneros no rap: além do jazz, R&B, soul, funk e baladas românticas. Gravou e produziu músicas com artistas de diferentes praias, como The Neptunes, Isaac Hayes, o saxofonista Donald Harrison, o flautista Najee e o DJ Premier.


Na terceira fase do projeto Jazzmatazz, ele produziu um verdadeiro inventário da música black: com os veneráveis The Roots, gravou a faixa Lift Your Fist; os vocais macios de Erikah Badu estão em Plenty; e a voz vibrante e insolente de Macy Gray encorpa All I Said. Também arquitetou faixas com Herbie Hancock, Angie Stone, Junior Reid, Kelis, Les Nubians e Amel Larrieux.

"Sempre vou em busca do produtor com o qual sonho trabalhar, e vou atrás dos vocalistas com os quais eu sonho gravar. É mais ou menos como ir a um alfaiate e pedir que ele corte um terno sob medida, algo que caiba perfeitamente em você. As pessoas vieram para gravar comigo e me deram mais do que emprestam aos seus trabalhos regulares: elas me deram sua alma", disse Guru em uma entrevista em 2005.

Nascido em 17 de julho de 1966 em Roxbury, Massachusetts, ele iniciou a carreira na histórica dupla de hip-hop Gang Starr, ao lado do DJ Premier - milhas de distância daquela coisa glandular do gangsta rap. Após 7 álbuns com o Gang Starr, Guru separou-se do DJ Premier e criou o próprio selo, Seven Grand. Nos anos 2000, começou a excursionar com o MC Solar e o DJ DooWop.

O produtor Solar, que foi amigo e colaborador de Guru nos últimos anos, postou uma mensagem sobre a morte do parceiro: "O mundo perdeu um dos melhores MCs e ícones do hip-hop de todos dos tempos, meu leal melhor amigo, parceiro e irmão, Guru. Guru batalhou contra o câncer por cerca de um ano e perdeu sua batalha. Esse era um assunto que Guru quis manter privado até que vencesse a parada mas, tragicamente, isso não aconteceu. O câncer o levou. Agora o mundo perdeu um grande homem e um gênio verdadeiro."

Tinha um discurso antimercantilização do rap, mas era contraditório ao mesmo tempo - chegou a vender calcinhas fio dental da marca Gang Starr durante show aqui no Na Mata Café, em 2005. Em uma de suas músicas, Hall of Fame, alertava para os riscos da cooptação mercadológica e ideológica. "Se eu vender tudo/Posso ter vendido milhões/Mas, em um minuto, tenho de abraçar bilhões/Porque depois da charada e depois da parada/Os manos têm de pagar tributo ao mestre do comércio."

Entre os colegas do gênero, era um dos mais bem informados, e sua música denunciava influências de Art Blakey e Miles Davis, Gil Scott-Heron e Grandmaster Flash, Kurtis Blow e LL Cool J.

Descance em paz Guru. Com apenas 43 anos, sem dúvida nenhuma uma perda inestimável para o mundo black  

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